Muitas descobertas
Ao ler o fórum do grupo do grupo VII, percebi o quanto o entrosamento foi grande. Sempre admirei as colegas Mara, Stela e Mª do Carmo pelos seu trabalhos e postura em sala de aula. Assim como a Stela adorei o filme "O saber e o Sabor" e a sua afirmação onde ela escreve que devemos "aguçar curiosidades, possibilitar desejos, apostar na vida e acreditar no ser humano". Cada ano é um ano e cada aluno é diferente do outro, todos tem suas curiosidades. Pois nesse ano minha turma tem uma característica muito semelhante da proposta deste seminário "Fazer perguntas", a curiosidade corre pelas veias. E a partir do pensamento da colega procuro possibilitar a aguçar seus desejos e curiosidades sempre acreditando na capacidade deles. Eles tem uma facilidade para viajar no tempo através do pensamento, que como a Stela diz chegam até ser chatos de tanta pergunta da pergunta". Quando é trazido para a sala de aula mapas, globos e vídeos sobre a Terra e o sistema solar eles ficam transformado. Um dia estava explicando um conteúdo de história e eles queriam fazer perguntas, vi que não iria dar conta então sugeri que enquanto eu explicasse eles fossem escrevendo suas dúvidas e curiosidades. Resultado? Eu ainda não consegui ler todas. Agora aproveito todas as propostas deles para incentivar a busca pelas suas respostas, pois como a autora do texto "Qual é a questão?" , onde eu concordo quando ela escreve que "só buscamos respostas quando temos perguntas, só buscamos alguma coisa quando sentimos necessidades e temos uma idéia acerca do que queremos encontrar." e ela ainda afirma que devemos buscar e investigar, pois só assim possibilitaremos aos nossos alunos o poder da argumentação.
Desafiar, acender a fogueira do desejo de descobrir. Juntar-se ao aluno para descobrir o novo. Essas frases da colega Mª do Carmo mostra claramete a postura que devemos ter diante de nossos alunos. Mas ao mesmo tempo, ao ler o relato de todas percebi a frustração com relação a professores desanimados, sem preocupação com o desenvolvimento do aluno, professores "sem gosto e sem sabor". Quando esses "colegas" se deparam com professores como a Stela, Mara Mª do Carmo, que já sabem que as práticas pedagógicas de hoje nos permitem muitas mudanças, ficam indiferentes. Pois estão presos em seus planos de aula nada flexíveis ou somente seguindo os livros didáticos. Muitos sabem que a coisa não vai nada bem. Mas como comenta o professor Antônio "...se quase todos sabemos disso, por que o ensino não muda? Por que ainda esbarramos em livros didáticos determinando o roteiro de estudo e professores pouco ou nada desejosos de sequer planejar suas aulas? ..." . Aí pode-se perceber o quanto vai demorar para que "todos" os professores se acordem. E passem a perceber e acreditar em trabalhos de colegas que já mostram essa educação transformadora, podendo construir " A escola prazerosa". Sendo que esta "... é um passo para o desenvolvimento de noções, conceitos e práticas significativas", diz o professor Antônio e eu tenho prá mim que esse é o objetivo pelo qual devemos lutar.
Na medida em que vou lendo o comentário da minhas amigas, vejo que a minha realidade não é diferente na escola em que trabalho. Muitas vezes também sou criticada quanto a minha postura em sala de aula, a qual acredito que seja o caminho. Pois não é somente repassar conceitos prontos sem levar em conta o que o aluno trás para a sala de aula, sua vivência e desejos, temos que procurar criar um ambiente aberto a exploração e interação, alimentendo os interesses e curiosidade dos alunos, onde eles se sintam livres para reinventar, desafiar, com o sentido de provocar a aprendizagem.
Assim como a professora Nádie, adorei a postagem da Stela sobre os degustadores de livros. Como a colega estou tendo a oportinidade de despertar em meus alunos a "degustação da leitura". Quem já leu a "Fada que tinha idéias" de Fernada Lopes de Almeida? Eu lí quando tinha 10 anos, pois minha mãe me deu este livro, em uma fase em que eu não gostava de ler... Esse livro é maravilhoso e resolvi ler para meus alunos. Eles ficam maravilhados a cada capítulo, pois para despertar a "gula" provoco-os contando apenas um capítulo por semana.
A história da fadinha Clara Luz é contagiante, relata a vida de uma criança que quetiona tudo. Ela diz: "por que aprender a lição I, que é criar tapetes voadores se podemos inventar outras mágicas..." Tudo que é roineiro, para ela é chato. A sua mãe se põe aos nervos por ver que a filha não passa da primeira lição e ainda desafia a Fada Raínha. E ela questiona... " se a lição I já é chata a II tem que ser muito mais chata..." . A personagem deixari qualquer professor maluco, pois as idéias são tantas!!!
Imaginem se todos os alunos tivessem a coragem da personagem Clara Luz de nos enfrentar e exigir mais ou além do que a grade de conteúdos que muitos profesores seguem à risca, sem deixar aflorar o gosto pelo novo, pela descoberta?
Se deparar com uma escola que tem professores que encontram diariamente alunos desmotivados, sem vontade de estudar, de aprender, não é só a realidade da colega Tamires. Acredito que toda nós vivenciamos essa realidade. Mas ao contrário da opinião dela quanto a existência de crianças incapazes de questionar, de criticar, de ousar, de sonhar, que repassaram por pofessores nada libertadores, não pode ser vista dessa forma. Na minha opinião, criança é uma caixinha de surpresas... "basta abrí-la", a mágica acontece. É nisso que acredito, que podemos promover uma mudança através da prática pedagógica. Reconheço que não é tão fácil, nem tão rápida, mas é fruto de um processo de trabalho prazeroso, cheio de "sabores" e "saberes".