Quetões Étnico-Raciais na sala de aula

Na perspectivas de visar a descontrução dos preconceitos e discriminações raciais na educação, e na sociedade brasileira temos a Lei Nº. 10.639/03 regulamentada por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana que certamente podem subsidiar as ações pedagógicas no sentido de nos libertarmos dos paradigmas de silenciamento diante das posturas, atitudes e concepções preconceituosas e racistas. As questões étnicos-raciais devem ser trabalhadas em sala de aula de forma que oportunize aos educandos o conhecimento das diversas culturas existentes em nosso país. Esse trabalho deve ser feito de forma consciente e com muita seriedade. Uma das questões pela qual acredito ser importante a inclusão das questôes étnico-racial é a falta de conhecimento dos alunos e os conceitos pejorativos as diversas etnias. O racismo é um modo de pensar de pessoas que acreditam existir diferentes raças e que algumas são superiores a outras. A implementação da disciplina Relações Étnico-raciais em sala de aula torna-se uma ferramenta eficaz na valorização das diversas etnias reforçando a identidade de cada aluno o que evidencia o seu caráter inclusivo e valorização das diferenças através do conhecimento da sua linhagem histórica e ancestralidade. Segundo Teodoro (1987), na construção da identidade é necessária a preservação da memória coletiva dos vários grupos. A memória coletiva daqueles cuja cultura não é dominante, será o agente catalisador da afirmação da identidade étnica. A busca desta identidade implica o cultivo das tradições culturais do grupo dominado e a releitura de sua História. A religião, os mitos, as lendas, a ideologia serão necessários a este processo de identificação cultural. Em sociedades multirraciais, o impedimento destas manifestações inferioriza o grupo dominado criando-lhe um distúrbio de identidade.

CIVILIZAÇÃO


“O homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz. Note-se que ele só pode receber tal educação de outros homens, os quais a receberam igualmente de outros. Portanto, a falta de disciplina e de instrução em certos homens os torna mestres muito ruins de seus educandos.” Através dessa citação de Kant quero observar que o filósofo se refere à educação, disciplina, liberdade e civilidade de forma a valorização da moralidade, do respeito, da autonomia e do desenvolvimento sociocultural do ser humano. Uma visão distorcida de educação, de disciplina, de liberdade e do que é civilização, fez com que ocorresse tamanha monstruosidade em Auschwitz, onde se perdeu o verdadeiro sentido da humanização, pois fez com que um grupo mobilizasse essa barbárie. Para Adorno a educação tradicional não prevê a reflexão do ocorrido, fazendo-nos repensar a educação. Ele critica essa educação que objetiva a docilização e a disciplina, como responsável pela repressão que torna o sujeito num ser agressivo e encorajado a cometer qualquer atrocidade por estar submetido a um ambiente severo que o faz acreditar estar agindo corretamente.

A diferença entre o pensamento dos filósofos é que para Kant a disciplina na educação que é a parte negativa necessária que objetiva o conhecimento das leis para que respeite e seja respeitado, não é uma disciplina repressora e às cegas como citada por Adorno. Ele critica a disciplina autoritária da escola tradicional que proporciona a manipulação de pessoas reprimidas, fazendo com que elas façam coisas sem pensar no coletivo. Mas em contrapartida, com relação à educação e civilização os filósofos se assemelham em seus pensamentos, sendo que para Adorno “a educação deveria propiciar condições culturais para suprir as carências e formar os cidadãos, bem como recuperar a defasagem cultural e formativa. Ela deve essencialmente se preocupar com o entendimento e com a constituição psíquica do sujeito para criar condições educacionais que defendam o sujeito dos mecanismos de repressão psíquica e da coisificação. A educação deve possibilitar a autonomia reflexiva do sujeito para que não se caia no risco de uma frieza social egoísta, enfim, deve propiciar aos outros e a si mesma condições de exercer a crítica para que esta se produza de modo esclarecedor e emancipador. Tudo isso para possibilitar ao sujeito condições de problematizar e se produzir na contingência de seu presente.”.


PROJETO: SOMOS TODOS IGUAIS MAS DIFERENTES

Nesse projeto senti a necessidade de se trabalhar esse tema com maior profundidade, pois muitas crianças não se identificam com suas origens e desestruturar os vários tipos de preconceitos diagnosticado nessa escola, como por exemplo: a questão social.














Os professores precisam estar mais informados, através de materiais de boa qualidade e oportunidade de discutir o tema com os colegas. O trabalho isolado de um único professor em uma sala de aula é importante, mas não é suficiente para dar conta de tantas injustiças a que a população negra vem sendo submetida em nossas comunidades e no Brasil.



INCLUIR É CONVIVER !!!


Na realidade, cada caso é um caso.
Na Escola Municipal Profº Laertsan, temos uma menina com necessidades especiais. Ela frequenta o 2º ano do ensino fundamental de 9 anos. Uma vez por semana ela frequenta a AACD em Porto Alegre.
A menina está bem integrada no grupo escolar e participa de todas as festividades da escola.




MINHAS ORIGENS


Entre os muros da escola


A cena onde François Marin, um professor de francês vivido pelo ator François Bégaudeau, convida a turma para corrigir os exercícios em alguns segundos, que se trata da conjugação de verbo e a aluna Esmeralda questiona o motivo de ser “imperfeito do indicativo”. O professor devolve a pergunta incentivando os alunos a se interessarem pelo assunto e proporcionando um aprendizado. Então a aluna Khoumba tenta utilizar o verbo na colocação adequada, o professor não diz em nenhum momento estar completamente errado vai apenas mostrando caminhos para que os alunos possam perceber e compreender a conjugação. Mas depois de um tempo as expressões se tornam chacotas, ou seja, os alunos justificam que ninguém fala assim somente a burguesia ou pessoas “anormais”, ditas por eles. O professor não desvia do seu foco e justifica que devem primeiramente aprender a conjugar para depois aprenderem a utilizá-lo em seu dia a dia.